Centro Histórico
Para valorizar o patrimônio histórico
Projeto com o objetivo de tornar subterrânea a rede de fiações de iluminação pública no entorno da praça Coronel Pedro Osório deve ser finalizado em dezembro
Jô Folha -
A praça Coronel Pedro Osório é um espaço de lazer, interação, chimarrão entre amigos e até mesmo manifestações políticas e culturais. No entorno, o Centro Histórico guarda o passado de Pelotas. Para valorizar cada canto desses lugares preferidos por muitos pelotenses, um projeto, desenvolvido desde 2014, planeja tornar subterrânea a rede de fiações de iluminação pública que, muitas vezes, atrapalham a visão dos prédios. A Secretaria de Cultura (Secult) prevê a finalização das últimas etapas do projeto para os próximos meses. Em setembro, as obras de paisagismo da praça foram finalizadas.
Foi publicado no Diário Oficial do município o termo aditivo que prevê o novo prazo para o término da vigência do contrato de requalificação da praça, com adição de 94 dias, contando a partir do início de outubro. Assim, até o mês de janeiro, a empresa AZV Engenharia e Segurança Ltda. possui vigência para finalizar as últimas etapas do projeto de redes subterrâneas dos postes de iluminação pública que cercam o local. A arquiteta da Secult, Paulina Van Laer, explica que o projeto abarca a retirada da fiação em frente aos prédios históricos do entorno da praça, além da colocação de luzes cênicas em nove destes monumentos. Esse tipo de iluminação é colocada nas fachadas dos prédios, iluminando cada detalhe durante a noite. A fiação da rede de iluminação do Mercado Público também se tornará subterrânea.
Nem todos os prédios do Centro Histórico receberão a iluminação. Os escolhidos são a prefeitura, a Bibliotheca Pública, o Theatro Sete de Abril, o Grande Hotel, os casarões Um (Museu Carlos Ritter), Dois (prédio da Secult), Seis e Oito (Museu do Doce) e a Casa da Banha (prédio da Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Inovação).
O projeto já foi aprovado pela Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), contudo, ainda não há um cronograma para as obras. "Nós dependemos do governo federal", lembra Paulina. Assim como as reformas de paisagismo da praça Coronel Pedro Osório, a obra de iluminação foi contemplada pelo edital para áreas reconhecidas e protegidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), financiado pelo Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC) Cidades Históricas. Os custos também dependem da aprovação do projeto pelo Iphan. Depois de aprovado em todas as instâncias, a prefeitura abre licitação para contratação de empresa responsável pelas obras.
Em paralelo ao projeto, também é desenvolvida a ideia de levantamento da altura dos postes que ficam nas áreas internas da praça. "Existe um problema muito grande ali de furto das lâmpadas", conta a arquiteta.
O que já foi feito
As obras de paisagismo na praça Coronel Pedro Osório foram entregues em setembro à Secult pela Marsou Engenharia Eireli, empresa responsável. O projeto teve custo de aproximadamente R$ 1 milhão, financiado pela esfera federal. A reforma se iniciou em novembro de 2018, trabalhando em vista de três frentes de trabalho: uma dedicada à cobertura das áreas sombreadas pelas árvores, outra à criação de espaços gramados e ensolarados. A terceira tem o objetivo de qualificar o espaço para que as pessoas permaneçam na praça.
Segundo o responsável pela fiscalização da obra, o arquiteto Fábio Caetano, a cobertura vegetal teve como objetivo a proteção das raízes expostas das árvores, que muitas vezes eram pisoteadas. "Isso prejudicava a qualidade de vida das árvores", salientou. Para a segunda frente de trabalho, foi realizado um levantamento levando em consideração as áreas de sol. Ele explica que, com o tempo, a população passou a se apropriar dos espaços. "A parte em frente à prefeitura municipal virou uma espécie de parque." Esses espaços receberam novos metros quadrados de grama.
Para valorizar a vista daqueles que usam o tempo de lazer para sentar com os amigos na praça, as obras aumentaram em 70 centímetros de altura o solo das áreas gramadas em relação ao nível do restante do solo. Outra ideia para contemplação do Centro Histórico foi utilizada na terceira frente de trabalho. Diversas espécies de plantas floreadas em diferentes cores agora habitam a praça, as quais "proporcionam sensações em cada pessoa a partir da coloração", afirma o arquiteto. Todas as espécies plantadas, replantadas ou suprimidas fazem parte de um estudo realizado pela empresa pelotense Inflorescência Paisagismo.
Valorização da história
A estudante de Psicologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Renata Peixoto, 21, acredita que o projeto de tornar subterrânea a rede de fiações de iluminação pública e instalação da iluminação cênica é uma ótima ideia. "Vai valorizar bastante o Centro Histórico", destaca. A iluminação da praça também visa otimizar o local durante os períodos da noite, quando fica escuro devido aos furtos de lâmpadas. Asafe Rodrigues, 19, estudante de Ciências Econômicas da UFPel, vê a ideia como um benefício para o cotidiano. Ele joga xadrez nas mesas do local e, quando chega a noite, se depara com um espaço escuro e, por vezes, perigoso. "Lá pelas 19h, 20h é bem escuro. Vai melhorar muito."
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